Sobre a importância de olhar para dentro e escolher a vida que você quer!

escada

No primeiro post eu já disse que esse blog está na minha cabeça há pelo menos um ano, mas que o medo simplesmente não deixava eu começar a escrever. Comentei também sobre a forma como tenho buscado levar minha vida e como gostaria que este espaço fosse um caderno de notas e inspirações para todo/as nós. Tenho vários planos de como isso pode funcionar, mas ainda sinto que falta algo. E claro, tenho todas as desculpas na ponta da língua: não sei nadinha de design para deixar esse blog do jeitinho que eu quero; não sei editar vídeos para poder começar a fazê-los, etc e tal. Tudo bem, isso pode ser verdade. É verdade! Mas não é apenas isso.

Eu tenho medo de dar a cara a tapa! Fico receosa de divulgar até entre os/as amigos! Acontece que sou muito perfeccionista e racional, tenho muitos/as “conhecidos/as” que têm uma pegada bem acadêmica e fico com medo do que eles vão pensar. Sim, eu sei, é ridículo! E se acharem isso aqui uma bobagem? E se começam a falar de mim por eu ter trocado aquela vida por esta aqui?

As pessoas mais próximas vêm acompanhando a minha busca, a minha vontade de viver de uma maneira mais cheia de significado. Através da meditação, do autoconhecimento, da empatia, da responsabilização, da criatividade, entre outras coisas, tenho conseguido conquistar cada passinho rumo a vida que desejo, embora ainda falte um montão de coisas, estamos sempre em processo. Mas o melhor é que, a jornada por si só, já é muito prazerosa e gratificante.

E como dizem que a gente recebe as mesmas energias que damos para o mundo, tenho tido muita sorte. Conheci muitos projeto bacanas (principalmente pela internet) e tenho tido acesso a conteúdos incríveis. Um desses projetos é o “Programa Escolha Sua Vida”, da Paula Abreu. Ela disponibiliza vídeos muito inspiradores e reflexivos, bem nessa pegada do “mude e a si mesmo e assim você mudará o mundo”. O programa vai abrir uma nova turma e a Paula têm nos brindado com vídeos de “aquecimento” que são uma maravilha.

O primeiro foi sobre como gerar mais clareza e produtividade e o segundo foi justamente sobre o medo. Ela disponibilizou um questionário, o qual deveríamos responder pensando no nosso medo. Foi incrível para mim! Pensei muito sobre o quanto eu quero que o projeto do “notas” dê certo e o quanto isso ao mesmo tempo me paralisa, pensei também sobre a mudança de cidade que almejo fazer em busca de uma vida mais perto da natureza, assim como pensei em outra ideia que tenho ligada à importância do autoconhecimento desde a infância.

Através das perguntas da Paula, olhei para mim mesma com generosidade e carinho e percebi de maneira mais clara o quanto estou colocando fantasias criadas em minha mente à frente de coisas que me são tão caras. E se der errado? Deu, bola pra frente, o cenário não é tão tenebroso quanto eu costumo pintar. E se der certo? Dá medo disso também!!! Mas aí, vai ser um medo delicioso, repleto de revoluções cotidianas!

Nesse mundão doido e apressado que a gente vive, quase nunca olhamos para dentro. E as respostas estão todas lá! É batata!! Olhar para si mesmo com calma… Com amor! Olhar para dentro do seu templo é um exercício complexo, mas transformador. Paula, obrigada por nos lembrar do que é importante! Espero poder estar nessa viagem de autoconhecimento e transformação.

Programa Escolha a Sua Vida: http://www.escolhasuavida.com.br/programa-escolha-sua-vida

Foto: http://www.pinterest.com/pin/510384570244929465/

Sobre a minha (nossa) vontade de que ano acabe logo e uma técnica para nos ajudar!

Todo ano é a mesma coisa! Quando chega o mês de outubro eu começo a ficar bem cansada e quando novembro dá sinais de vida, eu quero mais é que dezembro chegue logo com o tão sonhado recesso. Aí eu me lembro que passei o ano inteiro reclamando que o tempo está passando rápido demais. É meu paradoxo anual: quero mais tempo, mas quanto mais o final do ano vai chegando, mais quero que o ano acabe logo e venha logo outro novinho, cheio de planos novos.

Acontece que nossa vida não muda “da água para o vinho” na madrugada do dia 01 de janeiro. As obrigações continuam as mesmas, o emprego é o mesmo, as aflições são as mesmas e até as metas e planos são, em sua maioria, os mesmos do ano anterior (uma vez que não consegui cumprir nem metade da minha listinha colada na parede para a qual estou olhando no momento em que escrevo este texto).

Tenho andado bastante irritada e emocionalmente instável nessa semana. Estou um pouco ansiosa e sobrecarregada no trabalho, por isso o desejo pelo recesso. Mas o recesso não será a salvação. Eu sei. Eu sei que a solução está dentro de mim mesma. E sei também que não é apenas o trabalho (por mais que goste do que faço) que têm me deixado assim. Desde ontem tenho pensado sobre isso e hoje já acordei com outra motivação para a vida e para o mundo. Trabalhei em casa (o que já é muito bom, pois não preciso pegar esse trânsito maluco de São Paulo, com a CPTM lotada…), mais tarde vou na exposição Corpos Insurgentes, no SESC Vila Mariana e a noite vou encontrar uma amiga querida.

Por isso, quero dividir com vocês uma técnica muito legal para esses momentos hardcore típicos desse finalzinho de ano: a estabilização.

Aprendi essa técnica num mini-curso de Experiência Somática que fiz no início do ano. É uma oportunidade para nos conectarmos com nosso corpo. Parar por alguns minutinhos e escutar nossa sábia voz interior.

– Sentem-se numa posição bem confortável. Seus pés devem estar bem firmes no chão. De preferência estejam descalças/os. O contato do pé com o chão é importante, remete às nossas raízes com a natureza, com a terra.

– Coloquem as mãos sobre as coxas e mantenham a posição confortável.

– Fechem os olhos e deem três respirações bem lentas e profundas. Sintam o ar entrando e saindo. Sintam o caminho que ele faz do nariz até o diafragma.

– Aos poucos, comecem a prestar atenção em todo corpo. Comecem pelos dedos dos pés e vão subindo até os fios de cabelo. Com calma. Com carinho. Com generosidade. Prestem atenção em cada pedacinho de si mesmo. Tem algum lugar que dói? Preste atenção nessa sensação. Tem algum lugar que está especialmente confortável? Fique um pouco com essa sensação boa. Faça isso durante o tempo que julgar necessário.

– Em seguida, retorne sua atenção para respiração.

– E quando se sentir confortável abra seus olhos devagarinho. Vá estabelecendo contato com o mundo exterior lentamente…

Tenho certeza que depois desse exercício, você estará mais disposta/o e lúcida/o para encarar os desafios e correrias do dia a dia.

imagem: Eu me chamo Antônio

Sobre quando as fichas caem…

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Quando nos damos conta de que nossa busca por uma vida mais cheia de sentido e equilíbrio começou? Quando percebemos que passar a vida no piloto automático não mais nos satisfaz?

Cada um tem um tempo, uma forma de perceber o mundo… Para alguns esse dia talvez nunca chegue… Para outros a jornada começa bem cedo. Para mim de certa forma começou na adolescência quando tive certeza de que queria fazer alguma diferença no mundo… Comecei pelo caminho “tradicional”, fiz um curso de graduação (ciências sociais) que me permitiu aprofundar alguns questionamentos que sempre tive. Por outro lado, sempre fui muito “prática” –  por ter vivido uma infância que embora nunca tenha faltado afeto, tenha passado por uns bons sufocos financeiros – e a questão “como me sustentarei em São Paulo depois da graduação?” sempre esteve na minha cabeça.

Ao terminar a graduação, comecei o mestrado em Antropologia Social e por um tempo vivi com o dinheiro da bolsa. Como eu não sabia se passaria no mestrado, ao mesmo tempo prestei um concurso público, de nível médio, para o Ministério Público do Estado de São Paulo. Na metade do mestrado fui chamada para assumir o cargo. Titubiei por um momento, mas meu lado prático não poderia deixar aquela oportunidade de estabilidade passar.

Assumi o cargo em setembro de 2012, fui trabalhar como oficial numa promotoria de infância e juventude. Encontrei pessoas com as quais não me identifiquei. Pude ver o que a suposta estabilidade pode fazer com a gente. Como a rotina e a falta de perspectiva podem reverberar no nosso caminhar e na nossa forma de se relacionar com o mundo e com o/a outro/a. Como a acomodação pode nos transformar em algo que nunca imaginaríamos em nossa juventude. As histórias e vidas que dependiam do nosso trabalho não tinham valor para a maioria das pessoas que estavam ali. Era um trabalho triste. E a forma como ele era feito ia contra tudo o que eu acredito.

Mas também foi muito importante. Foi ali que comecei a me questionar: “Ok, tenho 25 anos e estou num cargo público. Ganho o suficiente para começar uma vida. Acontece que esse trabalho não faz sentido para mim. Era aqui que eu queria estar? Aos 25 não querer mais arriscar?”. Se eu estava acovardada assim naquele momento, imagine com o passar dos anos? E olhar para as pessoas que trabalhavam comigo, não ajudava em nada.

A vida é mesmo cheia de surpresas e, se estamos atentos/as, de oportunidades… Em dezembro de 2012, meu companheiro, que estava a procura de emprego, viu o anúncio de uma vaga para trabalhar numa ONG no Capão Redondo, num projeto sobre a questão de gênero e direitos sexuais e reprodutivos com jovens moradoras da região, e me mostrou. Aquilo fazia sentido! Mandei meu currículo com o coração aos pulos. Fui chamada para entrevista e consegui a vaga!

Mas e agora? Largar a “estabilidade” de um cargo público e me jogar num projeto que duraria um ano? Mais uma vez meu lado prático entraria em ação e encheria minha cabeça de “nóias”: O que você vai fazer depois? Esse emprego vai durar o tempo que falta para terminar o mestrado. Você será mestre e desempregada… Pedi um tempo para pensar. Ponderei o tinha que ponderar e resolvi me dar uma chance. Pedi exoneração no cargo público. Os/as “colegas” de repartição não acreditaram, disseram que foi a passagem mais rápida que já haviam visto (no total trabalhei três meses). Naquele momento minha busca pela vida que almejo começou de maneira mais consciente.

Vai com medo mesmo!

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Finalmente o primeiro texto deste blog. Faz tempo que quero ter um espaço pra contar um pouco sobre as coisas que eu gosto, sobre essa jornada em busca de uma vida com mais sentido e equilíbrio que comecei com mais seriedade (mas ainda CHEIA de tropeços) há um ano e quatro meses atrás. Sim, eu sei a data exata do dia em que a mudança interna começou pra valer.

A verdade verdadeira é que o ano passado foi um ano punk. Desde o começo. Cheio de desafios muito bons, mas também assustadores. Eu estava deveras cansada e ensimesmada por conta da escrita da dissertação (eu fiz mestrado em Antropologia Social), e simplesmente não estava prestando atenção no que acontecia ao meu redor, embora eu já tivesse dado dois passos que considero cruciais no meu processo: tinha feito o curso ESPERE (em outro texto vou falar mais sobre ele) e tinha saído em dezembro de 2012 do Ministério Público e começado a trabalhar no CDHEP (Centro de Direitos Humanos e Educação Popular do Campo Limpo) em janeiro de 2013.  Isso estava OK, na verdade essa parte da minha vida estava maravilhosa. Mas todo o resto estava desmoronando. De verdade.

Acontece que a energia que você dá para o mundo volta para você. Não tem jeito. E aí aconteceu uma coisa que simplesmente me fez parar e pensar: dei um tempo (aliás, me obrigaram a dar…rs!) num namoro de cinco anos. Esse fato mexeu comigo de uma forma muito profunda. Eu estava na reta da final da escrita da dissertação, com os nervos à flor da pele, realmente cansada de tudo. E aí vem essa cereja para meu bolo.

Sofri bastante, mas olhando para trás, vejo que foi o que tinha que acontecer. Foi essencial para mim. Depois de um tempo de namoro, a gente meio que acaba virando um pouco do outro e deixando algumas coisas que nos constituem de lado. Foi a oportunidade de me reencontrar. De me redescobrir… De pensar onde quero estar, de pensar em como estive fazendo meu caminho nos últimos tempos. Comecei a meditar. A me importar mais com a energia que emano, e com a que recebo. E o mais importante, passei a ter essa jornada como meta para vida.

O namoro reCOMEÇOU. Ainda estamos, juntos, buscando essa nova forma de nos relacionarmos. É um desafio compartilhar duas trajetórias e respeitar o processo de cada uma delas. Mas é um desafio gostoso, quando há amor, então…

Enfim, tudo isso pra falar que desde dessa época quero ter esse espaço. Mas nunca achava que estava preparada. Queria colocar o blog no ar quando ele estivesse perfeito, com um layout bacana, com diversos textos prontos, com um caminho a ser seguido. Aí me dei conta (demorou um ano!!) que todas essas caraminholas eram apenas o meu medo mais uma vez me sufocando. O meu medo de errar, de parecer ridícula, de não ser boa o suficiente… E por aí vai… Essa história que muitos/as de vocês (será que tem alguém lendo isso?) conhecem muito bem.

Então, é o seguinte: vou aprender fazendo. Vou com medo mesmo e vamos ver onde isso vai dar.

Segura na minha mão e vamos juntos/as! Quero muito trocar com vocês!

foto: Pinterest